Utilização de suplemento oral com colostro bovino para melhorar a transferência de imunidade passiva em bezerros recém-nascidos

Utilização de suplemento oral com colostro bovino para melhorar a transferência de imunidade passiva em bezerros recém-nascidos.

Bovinos

Tempo de leitura: 5 minutos

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A atividade leiteira desempenha papel fundamental para a economia e a produção de alimentos em todo o mundo, e um dos pilares dessa produção, são os cuidados na saúde e promoção do bem-estar dos bezerros. Garantir que os bezerros recebam colostro de qualidade, em quantidade e no tempo certo deve ser uma prioridade para os criadores.

 

Como a transferência intrauterina de imunoglobulinas maternas através da placenta para o feto não ocorre nos bovinos, os bezerros nascem com níveis extremamente baixos de imunoglobulinas (anticorpos) e sua absorção imediatamente após o nascimento através do colostro materno, torna-se essencial para conferir imunidade passiva durante o período neonatal. A transferência de imunidade da vaca para o bezerro envolve dois processos principais: a concentração de imunoglobulina (IgG) presente no colostro e sua absorção no intestino do neonato.

 

As imunoglobulinas fornecidas pelo colostro, são a primeira linha de defesa do bezerro contra enfermidades. Rico em anticorpos, vitaminas, minerais e outros fatores que estimulam o desenvolvimento do sistema imunológico, o colostro também contém leucócitos de origem materna, como macrófagos e linfócitos, que entram nos tecidos do recém-nascido após a ingestão. Pesquisas demonstram que bezerros alimentados com colostro contendo maiores concentrações de leucócitos maternos apresentam respostas imunológicas mais eficientes frente aos patógenos.

 

É importante adotar manejos efetivos durante a colostragem, que incluem além da coleta e o armazenamento adequados, o fornecimento precoce em quantidades suficientes. Para isso, os bezerros devem receber colostro de alta qualidade logo nas primeiras seis horas de vida, pois a capacidade de absorção de anticorpos diminui rapidamente após esse período.

 

Estima-se que um mínimo de 150 a 200 g de IgG precisam ser fornecidos ao bezerro logo após o nascimento. Enquanto para que a transferência passiva seja considerada excelente, alguns autores estimam que se devem ser fornecidos mais de 300 g de (IgG) aos bezerros. Os dois principais fatores que afetam a quantidade de (IgG) consumidas são a qualidade e volume de colostro fornecido, sendo assim é preciso ficar de olho em alguns pontos que podem gerar variações:

 

IDADE DAS VACAS: Normalmente, vacas mais velhas tendem a produzir colostro de melhor qualidade, devido ao maior tempo de exposição aos patógenos. Vacas de terceira cria ou mais, tendem a produzir colostro com maiores concentrações de IgG.
NUTRIÇÃO DAS VACAS PRÉ-PARTO: A suplementação com selênio, vitamina E e vitamina B3, durante o período gestacional, apresentam efeitos positivos sobre a concentração de IgG no colostro.
VACINAÇÃO DAS MATRIZES ANTES DO PARTO: A imunização das vacas durante o último terço de gestação resulta em concentrações mais elevadas de anticorpos colostrais específicos para os patógenos que compõe a vacina, beneficiando a imunidade passiva dos bezerros.
DURAÇÃO DO PERÍODO SECO: Vacas com períodos secos excessivamente curtos, menores que 21 dias, produzem colostro com menor concentração de IgG. Além disso, vacas com períodos secos mais curtos tendem a produzir menor quantidade de colostro.
DEMORA NO FORNECIMENTO DO COLOSTRO: A maior parte das pesquisas aponta que a concentração de Ig no colostro atinge o seu pico logo após o parto e diminui progressivamente, caso a coleta seja adiada. Além disso, como mencionado anteriormente, a capacidade de absorção intestinal de Ig pelos bezerros diminui significativamente a partir das primeiras seis horas após o nascimento, cessando completamente após 24 horas.

 

Uma estratégia eficaz para complementar o fornecimento do colostro materno é a utilização do Bezeguard®, trata-se de uma formulação prática e eficaz, na forma de pasta oral, que contém colostro bovino (IgG) e outros componentes fundamentais (aminoácidos, vitaminas, minerais, probióticos e enzimas) capazes de acelerar o FTIP (Fator de transferência de Imunidade Passiva).

 

Sua formulação vai de encontro ao interesse crescente em promover bem-estar animal, principalmente por suplementar o teor de imunoglobulinas em colostros de baixa qualidade provenientes de fêmeas bovinas. A presença de vitaminas ADE, complexo B e aminoácidos em sua composição desempenham um papel vital na síntese de proteínas e no crescimento, contribuindo na saúde dos bezerros.

 

A presença dos probióticos e prebióticos no produto, é fundamental para o desenvolvimento da flora ruminal e intestinal, no estímulo da absorção de nutrientes e no fortalecimento do sistema imunológico.

 

Entre os vários benefícios do Bezeguard®, destaca-se também a presença da lactoferrina, enzima com propriedades antimicrobiana e imunomoduladora de ação intestinal na prevenção das diarreias.

 

O monitoramento e aprimoramento do manejo no fornecimento do colostro e a avaliação da eficiência na transferência de imunidade passiva aos bezerros são práticas fundamentais para o sucesso da criação.

 

É preciso ficar de olho na qualidade do colostro fornecido e essa não pode ser determinada apenas pela observação visual, mas sim através de indicadores como a dosagem de imunoglobulinas e a concentração de proteína total no soro. A utilização de instrumentos como o colostroscópio e o refratômetro Brix permitem avaliar indiretamente a concentração de IgG no colostro e determinar se é de alta qualidade ou precisa de suplementação.

 

Atualmente, nas fazendas mais tecnificadas é utilizado um conjunto de metas com base em classificação da qualidade do colostro em: excelente, bom, regular e insuficiente. Isso permite que os produtores estabeleçam metas claras para a transferência de imunidade passiva em suas fazendas e ajustem seus protocolos de manejo conforme necessário. Manter um padrão de colostro de alta qualidade (IgG >5 g/dL ou Brix >22%) em mais de 90% das amostras testadas no rebanho é uma meta recomendada para a produção de leite bem-sucedida.

 

Em resumo, garantir uma transferência eficiente de imunidade em bezerros é essencial para a produtividade, para isso é preciso adotar práticas adequadas no manejo com objetivo de obter animais mais resistentes às enfermidades com maior desenvolvimento que garantam o sucesso e o futuro da atividade leiteira.

 

Lucas Azevedo Catananti - Consultor Técnico de Grandes Animais - UCBVET Saúde Animal
Marcos Ferreira - Gerente de Produtos de Pecuária - UCBVET Saúde Animal

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